“Pai Rico, Pai Pobre”, de Robert Kiyosaki
Por que me dar ao trabalho de desenvolver meu QI financeiro? Por que me alfabetizar financeiramente? E a resposta é: “Para ter mais opções.”
Acha que “Pai Rico, Pai Pobre” é um livro apelativo, uma indicação clichê e que o autor é um charlatão?
Calma!
Ainda que o autor tenha algumas ideias que não são totalmente aplicáveis à nossa realidade, “Pai Rico, Pai Pobre” tem o mérito de apresentar para os leitores uma maneira de pensar totalmente diferente daquela com que, em geral, fomos criados…
Nós, presos na corrida dos ratos
Sempre fomos educados para estudar, para um dia conseguir um bom emprego e ter um bom salário. O que costuma acontecer depois disso, já sabemos: a vida adulta se apresenta diante de nós com seu roteiro clássico.
Filhos, planos para comprar a casa própria, viagens de férias anuais com a família, mensalidades de clubes/academias… um padrão de vida cada vez mais elevado e que requer mais dinheiro para ser sustentado.
Para isso, trabalhamos mais, buscamos promoções, trocamos de emprego, tudo para conseguir mais dinheiro para ter “coisas cada vez melhores”… Acabamos virando escravos do nosso estilo de vida ou, usando a expressão do autor, “presos na corrida dos ratos”.
Sim, somos como aqueles hamsters que ficam em uma rodinha, correndo sem sair do lugar…
Trabalhar, trabalhar, trabalhar e não construir nada: apenas pagar contas e consumir.
Alguma semelhança com a vida de muitos por aí?
Pagando financiamento de carro e da casa, fatura do cartão crédito (cheia de roupas, eletrônicos e coisas que compramos sabe-se lá por quê), parcelas de viagens que fazemos às vezes sem nem estar com vontade, só porque não queremos ficar em casa em um feriado…
Contas, contas, contas…
“Pai Rico, Pai Pobre” tenta nos convencer que outro caminho é possível. 😉
Ativos x Passivos
Um dos pontos altos do livro é a apresentação de um conceito simples (e brilhante!) de ativos e passivos:
- Ativo é uma coisa que coloca dinheiro no seu bolso.
- Passivo é uma coisa que tira dinheiro do seu bolso.
Segundo o autor, a casa em que você mora é um passivo, já que ela não gera dinheiro nenhum. Pelo contrário, apenas consome dinheiro, com sua manutenção e com o pagamento de impostos.
Agora, caso você compre uma casa para alugar, ela passa a ser um ativo, já que ela gera uma renda para você. Outros exemplos de ativos são ações, cotas de fundos imobiliários, negócios próprios (desde que você não trabalhe neles)…
Veja bem: não é “proibido” comprar passivos!
O problema é que, segundo o livro, os pobres e a classe média compram APENAS passivos, enquanto os ricos investem em ativos!
A maioria das pessoas não percebe que na vida o que importa não é quanto dinheiro você ganha, mas quanto dinheiro você conserva.
O autor dá o exemplo da sua própria esposa, que queria ter um carro de luxo. Em vez de fazer uma dívida para comprar esse carro logo que teve vontade, ela teve a inteligência de, antes, formar um patrimônio com ativos que geravam renda suficiente para que ela pudesse comprar esse carro.
Primeiro, os ativos. Depois, com a sua renda, os passivos.
As ideias propostas no livro não são naturais para a maioria e confrontam muito do que nos foi ensinado. No entanto, vale a pena conhecer uma nova maneira de enxergar o mundo, já que os resultados da visão comum nós já sabemos quais são…
A maioria financia carros e casa própria, parcela a aquisição de eletrônicos, alguns compram até imóvel na praia… A maioria só compra passivos!
A única fonte de renda da maioria é o emprego; claro que se qualquer coisa acontece, como uma demissão ou um atraso no pagamento do salário, a vida vira um tormento…
Isso sem falar nas dificuldades na aposentadoria…
Raramente os problemas de dinheiro das pessoas são resolvidos com mais dinheiro. A inteligência resolve os problemas.
É melhor evitar o caminho que já sabemos que não acaba bem, certo?
Devo ler “Pai Rico, Pai Pobre”?
Sim. É uma leitura rápida, fácil e que tem conceitos realmente interessantes.
Como na maioria dos livros, nunca concordaremos com tudo o que o autor expõe, mas isso é normal. Vamos reter o que é bom e deixar para lá o que não tem aplicação na realidade brasileira – principalmente a visão dele sobre o mercado imobiliário.
Se você terminar o livro entendendo bem o que é um ativo e um passivo, e decidir comprar mais ativos em vez de passivos, acredite: a leitura já terá valido MUITO a pena. ?
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Até a próxima!