Como Conquistar a Independência Financeira e Ter uma Aposentadoria Tranquila?
Soa repetitivo, eu sei, mas não nos cansaremos de avisar: o sistema de previdência atual não é sustentável. Se quiser saber o motivo, leia o post abaixo:
Confie no INSS, passe fome no futuro.
Provavelmente não haverá um “calote” do INSS; o que deve acontecer é que o valor das aposentadorias será cada vez menor…
Se os aposentados de hoje já reclamam que contribuíram sobre 5 salários mínimos e recebem apenas 2, imaginem no futuro, onde teremos cada vez mais velhos e menos jovens… A tendência, infelizmente, é piorar muito! 🙁
Qual a solução para esse problema, então?
É cada família buscar sua própria independência financeira.
No entanto, muita gente já torce o nariz quando ouve a expressão “independência financeira”, pensando que se trata de ter dinheiro suficiente para gastar livremente em carros de luxo, roupas de grife e viagens ao redor do mundo, tudo sem se preocupar.
Errado!
A maioria dos especialistas, quando fala sobre independência financeira, pensa em ter um patrimônio suficiente para manter o seu estilo de vida.
Se o seu estilo de vida requer R$ 10.000,00 por mês para ser mantido, o seu esforço de poupança é um. Agora se você precisa de R$ 50.000,00 por mês, seu esforço será muito maior!
Muitos youtubers que anunciam que alcançaram sua independência financeira, na verdade, conseguiram isso porque tem um estilo de vida muito econômico, e não porque ganharam somas enormes de dinheiro…
Como atingir a independência financeira e ter uma aposentadoria tranquila?
Alcançar a independência financeira ou, ao menos, a tranquilidade financeira, requer esforço. Mas não desista!
Para chegar lá, você terá que passar pelas etapas que vamos mostrar na sequência.
-
Gastar menos do que ganha
A maioria dos brasileiros já fica por aqui mesmo.
Uma parte até pode culpar a crise e tal… Mas muitos realmente não têm nenhum controle sobre os seus gastos!
Talvez você mesmo seja um deles, ainda que não saiba – ou não queira reconhecer.
Para resolver isso, só existem dois caminhos:
- Adote o “Pague-se primeiro”: estabeleça um percentual do seu salário (idealmente 20%, como já explicamos nesse post) e invista todo mês assim que o salário cair na conta. O resto você gasta como quiser.
- Mantenha um controle mais rigoroso dos gastos e invista a maior quantidade possível (mais de 20%). Esse caminho parece um pouco mais trabalhoso (e nem é tanto, na verdade, como já conversamos aqui), mas ajuda a alcançar a independência financeira mais rapidamente.
Se você gasta mais do que ganha, não tem como vencer. Seu resultado será dívidas e noites mal dormidas.
Gastando menos que ganha, começa a sobrar dinheiro para investir, o que nos leva à próxima etapa.
2. Formar uma reserva de emergência
A vida é cheia de imprevistos.
Uma doença que requer a compra de um medicamento mais caro ou um exame que o convênio não cobre, vazamentos no seu apartamento, convites para eventos que requerem uma roupa melhor, um acidente de carro em que você tem que desembolsar a franquia do seguro… Enfim, situações não faltam!
E se você não está preparado, qualquer situação anormal já pode levar você para o lado dos endividados.
Então, estabeleça um valor que você deve manter em um investimento de alta liquidez (como a poupança) para cobrir situações emergenciais.
Esse valor pode variar dependendo do “tamanho da sua vida” (padrão de gastos, número de dependentes etc). Mas algo em torno de R$ 10.000,00 pode ser um bom alvo.
Se você quiser mais detalhes sobre essa etapa, acesse o post a seguir:
3. Inflar um colchão de segurança
O que nós chamamos “colchão de segurança” alguns educadores financeiros colocam junto com a reserva de emergência…
Para nós, o colchão de segurança seria uma reserva financeira que serviria para situações mais difíceis, como desemprego ou doenças mais prolongadas.
No caso de você ficar um ano desempregado, por exemplo, você não vai precisar de todo o dinheiro de uma vez. Pode ir tirando aos poucos, conforme as despesas forem surgindo.
Isso faz diferença no tipo de investimento que você vai escolher para manter essa grana. Em vez de deixar tudo na poupança (que é o lugar da reserva de emergência), você já poderia colocar em investimentos que não são do tipo D+0 (que você recebe no mesmo dia), como o Tesouro Selic, por exemplo.
O valor, aqui, já é um pouco maior: sugerimos pelo menos um ano dos gastos da sua família. Se você gasta R$ 5.000,00 por mês, mire em R$ 60.000,00. O ideal, para nossa “neurose”, seriam dois anos de despesas pagas.
Dá para dormir bem mais tranquilo assim… ?
4. Gerar renda passiva
Aqui, a história é outra…
Você já está com seu orçamento equilibrado, tem uma reserva de emergência na poupança e também outros investimentos em renda fixa que te dão tranquilidade diante dos percalços da vida…
Sua meta agora passa a ser construir, ao longo da sua vida produtiva, o maior número possível de fontes de renda passiva.
De maneira simplificada, geralmente se usa o termo “renda passiva” para classificar o dinheiro que ganharemos sem que seja preciso trabalhar.
Pode ser a nossa própria aposentadoria ou pensão, aluguéis de imóveis que você adquirir, juros de investimentos de renda fixa (desde que sejam juros reais, não nominais), proventos de ações (dividendos e juros sobre capital próprio), direitos autorais de algum livro que você escrever, patentes, enfim… tudo aquilo que colocar $$ no seu bolso sem que você precise mais trabalhar para ganhar.
Novamente simplificando (já que temos que considerar também inflação e o eventual “consumo” dos ativos – falaremos sobre isso no futuro), poderemos ter uma certa tranqüilidade quando atingirmos o padrão abaixo:
Enquanto você não alcança a independência financeira, esses rendimentos vão sendo reinvestidos, porque isso acelera muito o processo! Nada de incorporar essa renda ao seu salário e aumentar os gastos, ok?
Não que seja proibido – afinal, o dinheiro é seu e você faz o que quiser com ele. 🙂
Mas se você pretende alcançar a independência financeira, fazer isso vai atrapalhar muito o seu caminho.
Parece difícil, mas não é. Só que isso também não é um processo que dure um ano ou dois…
É uma caminhada longa, que vai requerer compromisso de sua parte e, caso você seja casado, do seu parceiro também.
Para deixar esse caminho mais divertido, um macete que usamos é colocar contas como metas. 🙂
Exemplo: até a data XX, nossa renda passiva deve pagar a Netflix. Mais “x” meses, tem que pagar a Netflix e a conta da luz… E assim sucessivamente.
Pequenos objetivos são bem mais fáceis de ser alcançados do que buscar o “número grande” de uma vez só. 😉
Ah, e é importante que os passos sejam seguidos nessa ordem! Não queira ter renda passiva através de ações, por exemplo, antes de ter uma reserva de emergência em renda fixa.
Caso você precise de dinheiro e o mercado esteja em baixa, você poderá ter grandes perdas – além de não conseguir recuperar o dinheiro no mesmo dia!
Ao longo desse caminho, poderemos atuar nas duas variáveis: aumentar nossa renda passiva e reduzir nossos gastos.
Reduzir nossos gastos, principalmente as despesas fixas, é fundamental:
- Primeiro, porque assim sobra mais dinheiro para investir.
- Segundo, porque diminui a renda passiva necessária para nos sustentar.
Seja sincero, analise suas despesas (claro que você já começou a registrar os seus gastos, né? 😉 ) , e veja se as suas rendas passivas futuras sustentariam seu padrão de vida atual.
Se não sustentariam, é hora de começar a fazer ajustes! 😉
E agora?
Bem, toda jornada começa com o primeiro passo.
Comece.
Ainda que você não chegue no 4o passo, comece.
Só de chegar no 3o passo, sua vida será MUITO melhor. Não será qualquer probleminha que roubará sua paz, sua vida em família será muito mais tranquila, você será mais feliz.
Porque esse é o verdadeiro propósito de poupar e investir: TER PAZ.
Nada é mais importante.
Até a próxima!